sábado, 28 de dezembro de 2019

O que acontece depois do dia 25?




28/12/2019
Acabou o natal. Passou a véspera, o dia 25 e finalmente chegou... O limbo. A semana do ano que eu nunca entendo muito o que está acontecendo. Tinha uma segunda na quinta, mas o resto da semana passou tão rápido. Tem texto na sexta, mas... que dia é hoje mesmo? Caramba já é sábado!
O que tá acontecendo? O que tô fazendo da minha vida? Será que ainda tem algum amigo secreto esse ano? Tomara que não, eu não tenho dinheiro mesmo. A universidade tá de recesso, mas eu ainda tenho que trabalhar meio período. Graças a Deus ainda tenho o tempo livre pra adiantar alguma coisa.
 *Chega o tempo livre*
Não consigo escrever! Os primos estão todos em casa, os cachorros latindo pra algum fantasma e vovó fez o almoço (estava uma delícia inclusive), a família tá na mesa da cozinha conversando alto, mas a televisão da sala ainda está ligada com alguma animação passando.
Barulho, barulho, barulho.
O prazo do edital de contos tá batendo na porta e eu só escrevi três linhas. Eu deveria fazer alguma atividade da universidade, mas eu sei que só vou conseguir fazer um dia antes, então nem tento. Mais barulho. Me tranquei no quarto pra assistir algo. Foi inútil, o anime era ruim e de quebra eu fiz questão de assistir todo.
Desisti de produzir ou consumir algum conteúdo.
Lembrei que a semana depois do natal é isso mesmo. Um período que se perde no tempo-espaço de 365 dias e aí instalam um estado de dormência depois do dia 25, em que não sabemos se estamos estufados de tanta comida ou só esperando pelo dia 31. Quem fez o mundo planejou tudo nos conformes, pra que ao longo dessa semana que é tão curta, a gente possa desacelerar e degustar da presença daqueles que estão perto e ao mesmo tempo tão longe. Esse é o único período que a procrastinação é aceita em toda a sua essência.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Incógnitas





Já parou pra pensar que a vida é como matemática? Eu sei que é uma coisa estranha pra se dizer, principalmente se assim como eu você não gosta de nada que venha da área de exatas. Mas, um dia desses eu estava conversando sobre isso com uma amiga e fez bastante sentido pra mim.
A gente pode pensar nas atividades básicas como os problemas normais que todo mundo tem. Se for assim, 2+2 é igual as brigas de família, 1-1 seriam as contas a serem pagas no fim do mês e 70x7 as pessoas que precisamos perdoar. Algumas contas se repetem nas vidas de todo mundo.
Tudo piora quando as incógnitas chegam. Aquele x ou y que a gente precisar encontrar e... fala sério? Quem foi que teve a ideia de misturar número e letra? Essas equações mais difíceis são os problemas mais específicos. É a ansiedade da madrugada que a Ana não consegue controlar, é o desemprego batendo na porta do André, é o filho problemático da dona Maria.
Todo mundo tem operações básicas e equações de segundo grau pra calcular, mas a grande questão aqui é a competência que cada pessoa tem pra resolver suas incógnitas. Enquanto o André sabe como funciona a fórmula de Bhaskara, dona Maria não sabe a diferença entre números naturais, inteiros, racionais e reais.
Não é sobre a questão matemática, é sobre como cada pessoa lida com ela. Às vezes as fórmulas mais simples são extremamente difíceis pra algumas pessoas e elas só não sabem por onde começar. A charada disso tudo é que você nunca vai saber os limites de conhecimento do outro.
Por isso, tenha paciência e seja solidário com as pessoas ao seu redor. Não julgue seu vizinho por não conseguir limpar a calçada ou seu colega de trabalho por não ter enviado o relatório, você não sabe a quantidade x’s que essa pessoa têm precisado encontrar.
Tenha empatia.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

A garota no mundo da lua



Você já teve a sensação de ler um livro e sentir todas as dores dos personagens? Ou assistir um filme e amar odiar um vilão? Você já se apaixonou pelo mocinho e esqueceu que ele fazia parte de uma história de mentirinha?
Esses dias me peguei pensando sobre isso. Como podem narrativas que nem são de verdade tocarem tão profundamente as pessoas? Como podem as ideias que só existiam na cabeça de alguém se conectarem com os nossos corações e fazerem com que nos sintamos parte desses universos paralelos?
A gente vive perdido nesse mundo de gente grande e ás vezes se pega chorando com um livro do Nicholas Sparks, gritando quando o Capitão América levanta o Mjölnir, rindo com alguma piada idiota de O Maluco no Pedaço e torcendo pra Elsa perder os medos e aprender a controlar seus poderes.
Talvez tudo isso aconteça porque não são meras histórias. Não são só contos de fadas. São reais. A ficção vive dentro de nós e tem o poder de nos levar além.
Além do despertador tocando de manhã cedo;
Além do pão com manteiga com café;
Além do ônibus cheio;
Além dos papéis voando no trabalho;
Além. Além. Além.
A ficção não é só um sonho. Ela queima dentro de nós todos os dias e completa as brechas que a rotina não consegue preencher. Nós fazemos com que ela exista.
Ela é real. Ela resiste. Ela transforma.